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Mostrando postagens com o rótulo Estudos

Uma pergunta assombrosa

João Ferreira Leite Luz (Estudos) “Quem vocês dizem que eu sou?”. Jesus Cristo (Mateus 16.15) A pessoa de Jesus sempre gerou muitas controvérsias. O Mestre ao caminhar pelas ruas poeirentas da Judéia trouxe uma questão muito intrigante – quem era Jesus? Talvez pelo fato de o Cristo ter vindo num período peculiar da história dos judeus em que eles esperavam um messias poderoso e implacável, e também por haver um certo mistério acerca de sua pessoa. Notem a complexidade que envolvia sua natureza que às vezes era marcada em seus muitos aspectos intensamente humana, porém, e ao mesmo tempo, era assinalada por características singulares da divindade. Portanto, era de certa forma natural que se gerassem tantas dúvidas quanto à verdadeira identidade de Jesus. O próprio João Batista, primo e precursor de Jesus, sentiu a necessidade de perguntar: “ és tu aquele que estava para vir, ou havemos de esperar outro?” (Mt. 11.3). E ele mesmo já havia afirmado anteriormente – “eis o cordeiro de De

O tanque e a Betesda

João Ferreira Leite Luz Evangelho de João 5.1-15                                                      A cidade de Jerusalém sempre foi muito importante por ser considerada à cidade sagrada. Por judeus, cristãos e muçulmanos. Nessa cidade havia uma fonte de água que ficava próximo da “porta das ovelhas”, ou seja, próximo a um mercado de animais. Talvez por essa cidade, ser reconhecida como sagrada, e, portanto, mística. Nasceu a história de que essa fonte possuía águas miraculosas. Dizia-se que um anjo vinha do céu uma vez por ano, agitava as águas e o primeiro doente que mergulhasse, seria curado. Muitas pessoas se aglomeravam aguardando um milagre. Na verdade uma multidão de pessoas inválidas: cegos mancos e paralíticos. Foi construído nessa fonte um pavilhão para abrigar tanta gente, este possuía um alpendre com cinco pavimentos. O lugar foi denominado, ironicamente, de Betesda – que em hebraico significa “casa de misericórdia”. “Conta-se que muitas famílias, para se verem livre

“Amaldiçoe a Deus, e morra”

Estudos J á fui imprudente e leviano ao afirmar que a mulher de Jó foi uma víbora que só fazia aumentar seu sofrimento, porque diante da fé que ostentava o marido, como ela podia dar tal conselho? (“amaldiçoe a Deus e morra”). Entretanto, hoje, depois de refletir melhor, depois de viver mais experiências com o drama do sofrimento e ponderar acerca dos tormentos que nos sobrevêm, acredito ser possível uma outra leitura do texto. A mulher de Jó, se pensarmos bem, sofreu tanto quanto ele, já que também perdeu toda riqueza e prestigio, também de maneira trágica perdeu dez filhos. E como agravante lhe ficou um marido doente, possivelmente com alguma variação de lepra. Talvez, por ver Jó um homem que ela conhecia bem, por ser sabedora de sua integridade, e vendo o estado deplorável que seu marido vivia. Num momento de desespero e aflição achou que a melhor solução seria amaldiçoar a Deus, e como se acreditava naquela época Deus o mataria. A mulher de Jó acreditou que a morte seria o melhor

"A Religião que Deus, nosso Pai, aceita"

Categoria – estudos Isaias, 1.11-17 11 De que me serve a mim a multidão de vossos sacrifícios, diz o SENHOR? Já estou farto dos holocaustos de carneiros, e da gordura de animais cevados; nem me agrado de sangue de bezerros, nem de cordeiros, nem de bodes. 12 Quando vindes para comparecer perante mim, quem requereu isto de vossas mãos, que viésseis a pisar os meus átrios? 13 Não continueis a trazer ofertas vãs; o incenso é para mim abominação, e as luas novas, e os sábados, e a convocação das assembléias; não posso suportar iniqüidade, nem mesmo a reunião solene. 14 As vossas luas novas, e as vossas solenidades, a minha alma as odeia; já me são pesadas; já estou cansado de sofrê-las. 15 Por isso, quando estendeis as vossas mãos, escondo de vós os meus olhos; e ainda que multipliqueis as vossas orações, não as ouvirei, porque as vossas mãos estão cheias de sangue. 16 Lavai-vos, purificai-vos, tirai à maldade de vossos atos de diante dos meus olhos; cessai de fazer mal. 17 Aprendei a faze

Tentando fazer uma homenagem às mães

Aprendendo virtudes com Maria, mãe de Jesus (Categoria - Estudos) Lucas, 1.26-38 G ostamos de falar sobre os grandes heróis da bíblia, no entanto, pouco ou quase nada se fala sobre Maria mãe de Jesus nas igrejas evangélicas. Parece-me que há uma espécie de tensão a respeito de sua pessoa, inclusive, para algumas igrejas, tudo o que “cheira” a Maria eles rejeitam por receio de idolatria. Isso se deve a uma falta de conhecimento, pois, somos infelizmente na grande maioria analfabetos, biblicamente falando. Daí uma má compreensão de quem foi Maria e sua importância. Um dos nossos problemas com respeito a Jesus, é que negligenciamos a sua natureza divino-humana, ou natureza teantrópica para ser teologicamente correto. Jesus “herdou” de Deus Pai a natureza divina, mas é de Maria que ele herdou a natureza humana. Relacionamos-nos com Jesus, numa perspectiva apenas da sua divindade, e nos esquecemos da sua humanidade. Jesus veio ao mundo não para apenas conhecermos o verdadeiro Deus, mas tamb

Aprendendo com a cura de um leproso

(Categoria – estudos republicados) Evangelho de Marcos, 1.40-45 Normalmente quando nos deparamos com um texto desses, em que existe uma manifestação de milagre. Sempre nos esquecemos de perceber as lições valiosas que o episódio pode nos ensinar. Ficamos tão deslumbrados com a cura que Jesus fez que não percebemos a riqueza do encontro, e do diálogo entre Jesus e o leproso. A posição física do leproso revela a condição quebrantada do seu coração, e não apenas um método. V.40. Existem algumas frases no meio evangélico que demonstram mais ou menos a nossa linha de raciocínio, frases do tipo: “Se orar de joelhos Deus ouve”, ou “De joelhos é melhor” ou ainda; “De madrugada a fila é menor”. A oração não é uma técnica para se conseguir bênção, muito menos as posições e os horários que se destinam a oração podem definir sua eficácia. Como se Deus se prendesse a fórmulas e métodos humanos para nos atender em nossas petições. A posição do corpo do leproso está em coerência com os sentimentos do

Deus não se restringe as fronteiras da religião

(Categoria – Estudos) Gênesis, 20 C omo é fácil cair na ilusão de que é possível tentar colocar Deus em bitolas que nós criamos. Tentamos restringir Deus as fronteiras do nosso raciocínio, molda-lo ao nosso método. Muitos de nós lutamos para fazer com que Deus caiba dentro de nossas molduras teológicas. Entretanto, Deus vai além das fronteiras, quebra todos os paradigmas, pois é impossível engarrafa-lo. Estamos vivendo um período muito curioso da história, pois vivemos na pós-modernidade e possuímos uma teologia engessada da idade média, e os fundamentalistas lutam com todas as forças para sustentá-la assim, inflexível, incomunicável com a cultura da nossa contemporaneidade. Urge deixarmos uma teologia engessada para dialogarmos com os pensadores de nossa época. Precisamos de uma teologia que pense a fé dentro do contexto contemporâneo, que leia a realidade de nossos dias. O texto de Gênesis 20 é mais um daqueles em que Deus quebra todos os padrões que estabelecemos para que ele traba

A felicidade em termos práticos

(Categoria – Estudos) Epístola de Tiago, 1.19-27 O que é felicidade? Perguntou o pensador Friedrich Nietzsche, ele mesmo responde: “Felicidade é o sentimento de que o poder aumenta, e, que a resistência será vencida”. Arthur Schopenhauer, o famoso filósofo alemão disse que: “O homem nunca está feliz, mas passa a vida toda se empenhando por alcançar algo que ele acha que lhe trará a felicidade”.O psicanalista Sigmund Freud observou que: “È muito menos difícil experimentar a infelicidade do que a felicidade”. C.SLewis, o grande pensador britânico do século 20 disse que “Deus não pode nos dar felicidade à parte de si mesmo, porque ela não existe fora dele”. O pastor batista Ed René Kivitz diz que: “A felicidade não é um lugar aonde se chega, mas sim um jeito como se vai”. Ricardo Gondim argumenta que “A felicidade é subproduto da busca de Deus, e que a felicidade está relacionada com os valores do caráter”. Nenhum aspecto da vida é mais desejável do que a felicidade, todos queremos ser f

Cogitações a respeito do adultério

(Categoria - Reflexões) O adultério antes de ser consumado no ato, ele é realizado num canto escuro da mente chamado de coração. “Enganoso é o coração, mais que todas as coisas, e desesperadamente corrupto; quem o conhecerá?” Já dizia Jeremias o profeta da antiguidade. O próprio Jesus disse que o adultério acontece primeiro no coração, para só depois ser consumado na prática. O ato, portanto é somente o desdobramento, a conseqüência daquilo que na verdade já existe no coração. É necessário, portanto, desfazermos a tensão entre cobiça e apreciação do que é bonito. Tanto o homem quanto a mulher aprecia o que é belo, isso é intrínseco a própria natureza humana. Existem bonitas mulheres e devem ser admiradas por sua beleza. Também existem belos homens e também são apreciados pelas mulheres. Mas o fato de admirar ou achar bonito não diz necessariamente que quero para mim. Já a cobiça é o desejo desmedido, sôfrego e ardente pelo objeto desejado. O importante não é se olhamos ou não para o s

Um convite à reflexão

(Categoria - Reflexão) A credito que toda mudança começa com um olhar introspectivo, é esse olhar para dentro de si mesmo que revela quem sou, e é só sabendo quem eu sou de fato interiormente, que me habilita a começar viver uma vida verdadeira e plena de significado. Vivemos um período de pouca introspecção, as pessoas estão desaprendendo a arte de pensar. Aliás, o momento que estamos vivendo é de extroversão, de expansão. Uma de minhas maiores tristezas em relação ao cristianismo moderno é exatamente o fato de os cristãos não saberem mais pensar. Dói em mim, ouvir a prédica pobre dos pastores e pregadores contemporâneos, pois fica evidente que não houve preparo, nem meditação, não se gastou tempo com os livros na difícil tarefa de pensar e repensar os fatos. De fato a igreja da pós – modernidade é uma igreja extrovertida, pra frente, barulhenta, de muitas festas e avivamentos, mas de pouca reflexão. Não gostamos de pensar, gostamos de respostas prontas, talvez isso explique um pouco

A manjedoura, o madeiro e o sepulcro vazio

(Categoria – Estudos) P ensar na obra que Jesus realizou, é pensar em uma obra completa. Jesus veio ao mundo com um objetivo bem definido; nasceu, viveu e morreu para que a humanidade tivesse livre acesso ao coração de Deus como Pai. Gostaria de nesta simples reflexão, falar um pouco sobre essa obra, dividindo-a na sua temática de maneira figurada. A manjedoura - encarnação do verbo, o madeiro - morte na cruz e o sepulcro vazio - a ressurreição. Que Deus me ajude! Vamos ao texto: A MANJEDOURA – encarnação do verbo. Evangelho de Lucas 2.7. A manjedoura, lugar em que os animais se alimentam. Tornou-se recipiente para o recém nascido Rei da Glória, como sinal de simplicidade e humildade. “A majestade assumiu a humildade. A força assumiu a fraqueza. A eternidade assumiu a mortalidade. A natureza inviolável uniu-se a natureza que pode sofrer. Invisível na sua própria natureza tornou-se visível na nossa. Ele que é incompreensível tornou-se compreendido. Anterior aos tempos começou a existir

O tanque e a"Betesda"

(Categoria - Reflexões semi-roubadas) Evangelho de João 5.1-15 A cidade de Jerusalém sempre foi muito importante por ser considerada à cidade sagrada. Por judeus, cristãos e muçulmanos. Nessa cidade havia uma fonte de água que ficava próximo da “porta das ovelhas”, ou seja, próximo a um mercado de animais. Talvez por essa cidade, ser reconhecida como sagrada, e, portanto, mística. Nasceu a história de que essa fonte possuía águas miraculosas. Dizia-se que um anjo vinha do céu uma vez por ano, agitava as águas e o primeiro doente que mergulhasse, seria curado. Muitas pessoas se aglomeravam aguardando um milagre. Na verdade uma multidão de pessoas inválidas: cegos mancos e paralíticos. Foi construído nessa fonte um pavilhão para abrigar tanta gente, este possuía um alpendre com cinco pavimentos. O lugar foi denominado, ironicamente, de Betesda – que em hebraico significa “casa de misericórdia”. “Conta-se que muitas famílias, para se verem livres dos doentes, os abandonavam nos alpendres

Fazendo com que nosso cotidiano valha a pena, e as coisas triviais da vida se transformem em milagres

(Categoria - Reflexões) O nde está a vida abundante que Jesus prometeu? Penso que essa seja a pergunta mais crucial, mais encurraladora que os cristãos modernos devem se fazer. Vivemos uma igreja que promete bênçãos como se fossem produtos num mercado de atacado, as campanhas de prosperidade, saúde e sucesso se multiplicam velozmente na tentativa de viabilizar a promessa de Jesus de que teríamos vida abundante. No entanto, a igreja vive uma de suas piores crises; a de significado, crise existencial, simplesmente as pessoas estão lotando nossos templos, mas, ainda carecem de uma vida com significado. Gostaria de afirmar alguns postulados impopulares, correndo até o risco de ser considerado cético e crítico. Todavia, me arriscarei expondo algumas de minhas inquietações pessoais. Vamos lá: Talvez, o grande segredo da vida não consista em viver coisas grandiosas sempre, mas em aprender a desfrutar das coisas simples e pequenas do cotidiano. Como ter um amigo, nem que seja um pecador como Z